Defasagem de apuração nas redes sociais
                                                                                                             
A eleição presidencial norte americana foi alvo de notícias no mundo todo, porém esse ano a atenção se voltou para um acontecimento: a proliferação das “fake news” (notícias falsas). As matérias marcaram presença nas redes sociais, no período da campanha, com um surpreendente número de engajamento de 8,7 milhões de pessoas.
A circulação de notícias com informações caluniosas, como o Papa Francisco ter declarado apoio ao candidato Donald Trump ou o agente do FBI que divulgou e-mails de Hillary Clinton ter sido encontrado morto, são exemplos de publicações que ao circularem no Facebook, segundo veículos como o El País, podem ter influenciado positivamente para a vitória do bilionário.
O poder da internet
As buscas no Google e no feed do Facebook são feitas por algoritmos que selecionam aquilo que mais interessa aos seus usuários, criando a partir disso uma bolha de informações que priorizam postagens e matérias compatíveis com essas pesquisas e com o gosto de quem pesquisou.
O The Guardian publicou recentemente uma matéria intitulada “Google, democracy and the truth about internet search” (Google, democracia e a verdade sobre as pesquisas na internet), explicando como os gigantes da internet - Google e Facebook - estão fornecendo informações nas pesquisas de seus usuários e possibilitando o acesso a publicações indevidas. A jornalista Carole Cadwalladr aponta que o algoritmo utilizado pelas plataformas não são conhecidos e a tentativa do Google de “adivinhar” o que será perguntado, reflete um resultado também baseado naquilo que foi mais procurado e clicado por pessoas anteriormente. A problemática disso está no fato de que muitas vezes as buscas levam a respostas racistas, xenofóbicas, machistas ou falsas.
Como entre os diversos exemplos citados na matéria, ao pesquisar “Judeus são” (“Jews are”, na busca em inglês) no google, as opções de resposta levaram a conteúdos como “Judeus são do mal” ou “10 motivos porque devemos odiar os judeus”, em sites ideologicamente extremistas.
Para Cadwalladr, isso revela que a circulação de notícias falsas durante a campanha de Trump serviu para finalmente “acordar” as pessoas para o quanto a internet é poderosa e pode influenciar negativamente na polarização política e ideológica não apenas de poucos indivíduos, mas de toda uma sociedade.

No Facebook
Segundo o El País, nos EUA quase metade da população utiliza exclusivamente o Facebook como fonte de informação. Os meios de comunicação jornalísticos encontram na rede social uma plataforma indispensável de circulação de notícias que são, ou no caso das campanhas eleitorais, deveriam ter sido, relevantes e fidedignas com a realidade. Nesse sentido, assim como a rede social veta conteúdos como mensagens de ódio, foi atribuída a ela a responsabilidade de garantir a veracidade das informações que circulam na plataforma diariamente.
Mark Zuckerberg, o bilionário fundador do Facebook, afirmou que não é a intenção da rede social circular fraudes, mas sim conteúdos significativos e notícias precisas. Segundo ele, a empresa já começou a trabalhar para identificar falsificações e impedir a circulação das “fake news”.
Como avaliar a apuração de uma notícia
Para garantir um conteúdo seguro, é necessário ponderar o que será mostrado. Apurar a credibilidade da fonte, garantindo que seja um material auditado - empresas como a IVC Brasil (Instituto Verificador de Comunicação) realizam esse tipo de serviço e verificar o número de replicações da notícia e credibilidade também do jornalista e outros redatores, são os melhores meios de evitar que as falsas informações sejam propagadas na rede.

*Matéria publicada originalmente no blog da empresa TWIST System
Fake News
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